A liberdade que vem de dentro

(…) Há lugares onde é preciso aprender a respirar, diariamente, para que a voz não trema na hora de tomar a palavra. Há lugares onde ser mulher-jornalista é uma atividade de alto risco, com múltiplas opressões e violências. Esse lugar é o território diário destas mulheres, na Guiné-Bissau. São ativistas, mães, filhas, avós, profissionais sem tempo que encontram tempo, sabe-se lá como, para agir civicamente e confrontar o poder. Cumprem com sentido ético e deontológico esta entrega abnegada à missão do ofício jornalístico. E esse é o lugar da dignidade (…).

Vanessa Rodrigues, em Mulheres e Jornalismo na Guiné-Bissau, fotografias de Inês Gonçalves, 2022.


Ana Bela Biangue Bull Ramalho

38 anos. Fez o curso técnico de Comunicação Social, no Pará, Brasil e a licenciatura em Comunicação Organizacional e Jornalismo na Universidade Lusófona da Guiné-Bissau. Iniciou-se na profissão na Rádio Sol Mansi, em Mansoa, como repórter e aí continua, agora como Directora adjunta. É sindicalista e empreendedora.


Cida Silvina Isnaba Nantcheré

41 anos. Fez formação básica em Jornalismo através da RENARC – Rede Nacional das Rádios e Televisões Comunitárias, em Bissau. Iniciou-se na profissão em 2001, na Rádio comunitária Voz de Djalicunda, região de Oio, onde permanece como directora. É animadora da organização camponesa Kafo e participa no Espaço Regional de Diálogo de Oio.


Djariatú Baldé

21 anos. Estudou Comunicação Organizacional e Jornalismo na Universidade da Lusófona da Guiné-Bissau. Começou a trabalhar como jornalista em 2020, na Rádio Jovem, Bissau, onde é vice-chefe de redação. É presidente do Rotaract Clube de Bissau.


Djenane Pereira de Jesus

42 anos. Licenciou-se em Jornalismo na Universidade Amizade Entre os Povos, em Moscovo e fez mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação em Lisboa, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, ISCTE. Iniciou-se na profissão em 1999, na Televisão da Guiné-Bissau. Participa em várias organizações cívicas, como a Plataforma Política de Mulheres, MIGUILAN, Rede de Mulheres Mediadoras. É proprietária de agência de comunicação.


Elci Pereira Dias

47 anos. Licenciada em Comunicação Organizacional e Jornalismo na Universidade Lusófona da Guiné-Bissau. É desde 2001 jornalista no jornal Nô Pintcha, e com funções de chefe de redação desde 2020. Membro dos diversos órgãos da classe, é vice-presidente da REMSECAO-GB, Rede para a Paz e Segurança para as Mulheres no Espaço da Comunidade dos Estados da África Ocidental, CEDEAO e responsável de comunicação da Rede de Mulheres Mediadoras.


Fátima Tchumá Camará

44 anos. Licenciou-se em Comunicação Organizacional e Jornalismo na Universidade Lusófona da Guiné-Bissau e realizou um mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, ISCTE, em Lisboa. Iniciou-se como jornalista em 2000, na Rádio Difusão Nacional, onde é actualmente directora de programas. Em 2010 passou a colaborar com a rádio alemã DW. Desde 2015 é correspondente da RDP-África. É vice-presidente da Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social, AMPROCS e do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação da Guiné-Bissau, SINJOTECS.


Filomena Alfredo Sami

23 anos. Estudou Economia e Gestão no Instituto Piaget e fez cursos de capacitação em jornalismo em Bissau. Iniciou-se na profissão em 2017 como repórter, na Rádio Difusão Nacional. Participa em diversos movimentos juvenis. Foi vencedora do Prémio Jornalismo e Direitos Humanos, promovido pela Liga Guineense de Direitos Humanos, LGDH e a Associação para a Cooperação Entre os Povos, ACEP, em 2020 e 2021. 

Filomena Alfredo Sami radialista

Indira Correia Baldé

47 anos. Em 1995 candidatou-se à Radio Difusão Nacional e após um ano de formação intensiva, entrou para os quadros da estação. Em 2000 começou a trabalhar na Delegação da RTP-África na Guiné-Bissau, onde permanece até hoje. Participou em diversas formações no país e no estrangeiro sobre jornalismo e sobre a Guiné-Bissau. É presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação da Guiné-Bissau, SINJOTECS.

Indira Correia Baldé pivot RTP-Africa

Indira da Silva Biaguê

40 anos. Licenciou-se em Jornalismo na Universidade Lusófona da Guiné-Bissau. Começou a trabalhar em 2006 na Radio Difusão Nacional como secretária da redação. É membro da Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social, AMPROCS e do Sindicato dos Órgãos Públicos da Comunicação Social. É activista das questões de género.


Lenira Adiana Fernando Gomes

18 anos. Participou em programas de capacitação em jornalismo para jovens. É desde 2019 membro da Rede de Crianças e Jovens Jornalistas. Planeia criar um canal no YouTube sobre os músicos guineenses.


Maria Augusta N’tchami

24 anos. Fez diversas formações técnicas na área do jornalismo. É animadora desde 2014 da Radio comunitária Balafon, em Ingoré, região de Cacheu. É membro da Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social, AMPROCS e activista de Direitos Humanos.


Neusa Dulcineia de Rosário José de Barros

49 anos. Ingressou em 1991 na Televisão da Guiné-Bissau como secretária e dactilógrafa. Realizou formação de operadora de camera e desempenha essa função desde 2012. Membro da Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social, AMPROCS e do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação da Guiné-Bissau, SINJOTECS, é activista dos direitos da mulher e membro da Plataforma Política das Mulheres.

Neusa Dulcineia de Rosário José de Barros com camera

Paula Silva de Melo

59 anos. Estudou jornalismo na Universidade Estatal de Tashkent, República de Uzbequistão, na ex-União Soviética. Iniciou-se na profissão em 1993, na Televisão da Guiné-Bissau, onde tem desempenhado diferentes funções, de directora a repórter. Tem realizado diferentes formações especializadas. É fundadora e Presidente da Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social, AMPROCS, Presidente do Conselho Consultivo do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação da Guiné-Bissau, SINJOTECS e membro da Plataforma Política de Mulheres.


Rugui Baldé

23 anos. Participou em formações intensivas sobre jornalismo em Bissau e Bafatá. É desde 2018 jornalista na Rádio Mulher, de Bafatá.  É membro dos órgãos da classe e activista dos direitos da mulher e das meninas. 

Rugui Baldé em entrevista